domingo, 28 de maio de 2023

"Vem aqui,

vamos tirar uma foto!"

E nos sentamos,

lado a lado,

diante do espelho.

E nos vimos,

refletidos 

em harmonia,

já recompostos

do amor feito.

E você soube

que somos

e eu nos enxerguei

tão parecidos,

irmãos,

mas não disse.

E a imagem

ficou gravada

(apenas,

e isso é muito!)

na sua mente

para - tomara (!)

- lhe dar coragem...

Na minha, 

para doer

até que seja.




domingo, 14 de maio de 2023

 Eu,que tanto falo

em liberdade,

estou presa aqui,

com você,

na amplidão infinita

deste lugar,

céu e mar.

O quanto posso

contra a força

da maré?

Pois a dor que senti,

esta sim imprevista,

ainda não conhecia.

Nó na garganta

de um dia inteirinho

e a pergunta que se faz

para si:

vale a pena

abarcar esse sentimento

que, vez ou outra,

emergirá, em forte onda?

Respondo-me que sim...

Mas, enfrentar a maré,

até quanto posso?

Até que mude.

Ou eu me mude.

Falta-me o ar,

às braçadas,

para traçar

o plano de fuga.

Um barco

que aviste,

sair da ilha,

tábua de salvação.




quarta-feira, 10 de maio de 2023

 “Nunca espero,

ainda que com esperança”

(disse, e se tornou o primeiro verso

desse poema),


é apenas uma forma de autoproteção 


diante da liberdade que te falta.


E me faz falta, porque te quero.


Rogo ao universo,


ao menos,uma saudade


mansa e breve.


E que sejas logo e sempre


o sol das manhãs nubladas


que virão.