segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Sintomas de Liberdade

Tiago desde bebê já manifestava sintomas de liberdade. Quando percebeu que não precisava de estar no colo para se locomover, em sua linguagem ainda tatibitati,impulsionava o corpo para a frente e falava “fuô” que a mamãe logo entendeu que queria dizer chão. Isso nas calçadas de quarteirões movimentados perto de casa. Ainda bem que aceitava ainda a mão dada: e eu envolvia a mãozinha do jeito mais seguro possível, arrematando a preensão com o polegar e o mindinho circundando o pulso do meu menino: não me escaparia de maneira alguma. Amor infinito.

Caminhava na praia por quilômetros aos 2 anos! Juro que é verdade: certa vez fomos do Boqueirão, Santos, até São Vicente, Tiago caminhando, no colo apenas por pequenos trechos do percurso.

Caminhou em pequenas trilhas em Paraty nessa mesma idade, quando cantávamos: “ Canção da caminhada até o topo da montanha, canção da caminhada até o topo da montanha. O pé de trás passa pra frente, o pé da frente fica pra trás, o pé de trás passa pra frente, o pé da frente fica pra trás. E a gente vai andando e vai cantando a canção...”

https://youtu.be/d_b7XWXcPFk 

No início da adolescência, quando com a permissão de sair sozinho, preferia caminhar a pegar um ônibus para ir às aulas de inglês, em lugar algo longe de casa.

Aos 17, experimentou morar sozinho na Capital, a qual desbravou com as próprias pernas, entre as  necessárias baldeações de trem, metrô, ônibus. Assim foi começando a realizar o seu sonho de criança, o de conhecer estádios de futebol. Sabia que queria estar nesse mundo da bola, fosse jogando futebol ou colecionando estórias, autógrafos, figurinhas, fotos, livros, camisas e todo o tipo de objetos sobre o tema. Tendo aprendido a ler aos 5 anos, brilhante nas redações desde a educação infantil, ainda no ensino fundamental já sabia que queria ser um Jornalista do Esporte. 

Adorando viajar e espaços amplos, é inevitável que ganhe o mundo e o seu mundo particular, no qual caiba toda a sua coleção de sonhos e a sua paixão pela vida, que não cabe em si e traz sintomas de liberdade. 

Amanhã é 23. Tiago faz 23. Amor infinito.