domingo, 2 de janeiro de 2022

CORTES

Primeiro

cortei da lista

o amigo

que não era.

Comigo

só quem resista

ao pesadelo

que impera,

ao presidente

fascista.

Não minta,

não desista;

no presente,

contra a maldade,

seja inteiro.

Eu me lembro,

e tanto faz,

quatro anos atrás

em novembro...






Depois cortei

o cabelo

para tirar

a tinta.

Curto.

E deixar crescer,

aproveitar

a espera.

Vai demorar,

que eu me lembro,

foi agora,

em setembro.

Vou lhe falar:

Curto

é a liberdade

de ser natural

e ter o prazer,

afinal,

de quem não se cobra,

aflita,

em cada fio

branco

e reflita

que ao se aceitar

o desafio

de ser de verdade

e franco,

se poupa

e até sobra

para a roupa 

mais bonita!