quinta-feira, 20 de março de 2014

Função

Este poema escrevi há muitos anos em homenagem ao meu avô paterno, Júlio Ribeiro de Aguiar, que nasceu e morreu no mês de março. Ele tinha o hábito de, encontrando uma bela folha,  "prepará-la" entre páginas de um livro para, depois, presentear-me.Eu a usava, então, como marcador de livros.É, portanto, no outono, quando mais me lembro desse gesto de carinho repleto de significados.Hoje, quer dizer saudade...



Uma folha amarelada,
desprendida
de um galho
em pleno outono,
deixa-se levar
por ruas e praças
ao sabor do vento...
Carregada
pela brisa
da ociosidade
encontra,enfim,
nova função:
marcar,num livro,                
uma página amarelada
pelo tempo
e ser manuseada,
com cuidado,
por seu dono(?)
(folhas amareladas não tem dono!),
que estuda
horas,
até que venha o sono,
tentando entender
o binômio folha-página
(amareladas...)
que acabou por virar
poesia!




segunda-feira, 3 de março de 2014

Forte,precisam-me,amedrontam-se.
Sem a bravura e o ímpeto da condução,nada sei.
Não quero.
E parece-me,sempre,tudo certo,até com os erros cometidos:contornei-os!

Frágil,não sou necessária e o medo é só meu.
Com a entrega,deixar-me levar,para não saber.
Quero.
E parece-me,nunca,tudo errado,até pelos acertos ocorridos:acatei-os.