No mito grego,o fogo era dos deuses e Prometeu,um titã defensor da humanidade,quis roubá-lo para aquecer os corpos das pequenas criaturas,homens e mulheres,que moldara com a argila que lhe fora dada por Zeus.A ele pediu um pouco e,diante a negativa - "...o fogo é somente para os deuses!" - decidiu pegá-lo.
Zeus temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os deuses e ficou furioso com Prometeu,punindo-o com um terrível castigo:acorrentou-o ao pico mais elevado do Monte Cáucaso enquanto uma grande águia comia,todo dia,o seu fígado,que se regenerava no dia seguinte,tornando o tal castigo perpétuo,infindável.
O mito de Prometeu (do grego, Promethéus,que significa antevisão)foi contado e recontado por diversas fontes antigas e a ele atribuído - devido ao fogo - um papel primordial na história da humanidade.
Provavelmente por causa desse mito,a antiga medicina grega relaciona o fígado às emoções,às emoções iradas - ira dos deuses! - à raiva e ressentimentos dela derivados.
Para a medicina tradicional chinesa,também o fígado é o órgão regulador das emoções.
Em ambas as teorias considera-se,do ponto de vista energético do fígado,que os sentimentos negativos represados o afetariam e seriam causa de diversos sintomas e enfermidades.
AS influências culturais do mito de Prometeu,com seus componentes,tais como a raiva e o fígado,presentes desde a medicina grega à tradicional chinesa,determinaram a existência contemporânea do termo "desopilar o fígado" que,no dicionário informal,é uma expressão popular,uma gíria,que corresponde a ficar de bom humor,fazer higiene mental,espairecer,rir muito,esquecer tristezas,aliviar.