Acabei de ler um livro em que seres inanimados são testemunhas das vidas de pessoas e contam suas observações do cotidiano delas.
Inspiro-me para criar uma historieta.
Há nomes de mulheres mas, das que tem vida, não saberemos, serão anônimas.
Antônia, que não é uma pessoa, aguarda as personagens que irão ocupar um de seus andares.
Flávia, que também não é gente, havia lhe contado que por lá, no centro, reinava um cotiando cordial e entediante, remediado por longas ausências por quem mais se incomodava com a realidade arrastada dos dias sucessivamente monótonos.
Antônia poderá ver então, com a mudança do cenário, na orla, mais conforto e, no entanto, movimentos mais engessados. A permanência será mesmo é a do controle, geograficamente facilitado então.
O final feliz se dará quando, não Antônia e Flávia, mas as anônimas, puderem ter cada qual a sua recompensa de vida plena, sem enganos.