Primeiro
cortei da lista
o amigo
que não era.
Comigo
só quem resista
ao pesadelo
que impera,
ao presidente
fascista.
Não minta,
não desista;
no presente,
contra a maldade,
seja inteiro.
Eu me lembro,
e tanto faz,
quatro anos atrás
em novembro...
Depois cortei
o cabelo
para tirar
a tinta.
Curto.
E deixar crescer,
aproveitar
a espera.
Vai demorar,
que eu me lembro,
foi agora,
em setembro.
Vou lhe falar:
Curto
é a liberdade
de ser natural
e ter o prazer,
afinal,
de quem não se cobra,
aflita,
em cada fio
branco
e reflita
que ao se aceitar
o desafio
de ser de verdade
e franco,
se poupa
e até sobra
para a roupa
mais bonita!