Para a festa,
cheguei sem máscara.
Meu próprio corpo
a fantasia,
com seu brilho leve
mas insistente.
Servi-me
da alegria líquida
com cevada
ou com frutas doces,
como não era de hábito,
para a música ficar
mais alta
na dança,
mais nítida a lembrança
dos encontros no salão
de tantos carnavais...!
Mas,louco,mesmo,
foi retribuir o olhar
nesta noite
em que prevaleceu
o imponderável,
pois era apenas um menino!
Em pouco,oh desatino,
já estava em seus braços,
sem condução
entre os passos incertos
e adoráveis
da inexperiência...
E já nem pensava
o que pensariam
daquele beijo demorado,
quando o baile acabou...