terça-feira, 21 de agosto de 2012

Raul Seixas


O Rock morreu só o bastante.
E de barba longa.
Só,como não poderia  deixar de ser…
…gênio que era!
Não tendo nada nesse mundo
que não soubesse demais,
não soube
esperar,
pois ainda dormia a sociedade,
sem alternativa
alguma.
E isto era a sua insônia,
foi o seu sono  eterno…
Apenas a madrugada,
quente no inverno,
incompatível
como sua mente e saúde,
como a sua música
numa festa de hipócritas,
testemunhou
o peso do instante
sobre o chão…
Metamorfose ambulante,
carpinteiro do mundo inteiro,
eu sou!
Parada cardíaca!
Melhor que ter a velha opinão
formada sobre tudo.
E,se Deus fala,
mesmo,pelos loucos…
Ah!Maluco,
então foi beleza o que viu,
quando já era somente seu corpo
doente,
estirado no apartamento
que escolheu (?)
para desposar a solidão,
última
e a mais fiel das amantes…
…E seu espírito
inconformado,
confuso diante do Deus
por Quem entendia falar,
não podendo defini-Lo
(pela misericórdia Dele),
foi luz com as estrelas,
a cor do luar,
do nada ao tudo
de há dez mil anos atrás…!

Escrito em 21/08/1989

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A vida é Crônica

Não me esqueço da aula de Língua Portuguesa e Literatura,ocorrida em tempos já remotos, em que foi enaltecido o gênero literário Crônica.Como já gostava de escrever,fui incentivada pela professora e, também,por minha mãe - quando lhe contei sobre a aula - a me enveredar por esse caminho...
Escrevia poemas e os guardava.Enviava-os ocasionalmente para concursos literários,na época em que se utilizava pseudônimo e o nome do autor somente era revelado quando da premiação,os dados sendo colocados em um envelope pequeno e lacrado que seguia dentro de outro maior ( o qual continha o trabalho).Ganhei alguns prêmios.Mas,Crônica?Achava a Crônica um desafio e, embora lesse muito,não me atrevia a tentar...
Hoje entendo que talvez me faltasse assunto ou que os interesses da adolescência sejam,mesmo,de caráter meio que secreto,combinando mais com a obscuridade da poesia do que com a clareza da prosa.
Ora,surpreendi-me, na maturidade,escrevendo naturalmente textos em prosa em que pode ser percebida a intenção da Crônica.Já não há o que se esconder e,sim,muito a ser dito.
No dicionário Aurélio há essas definições:1.Narração histórica,por ordem cronológica.2.Pequeno conto,de enredo indeterminado.3.Seção de revista ou de jornal.4.Vida de alguém.
No meu blog,então,são Crônicas!Narrações,com referências a épocas,como seção de um meio de comunicação contemporâneo,sobre a vida de alguém:a minha!Recheio de poemas,pois em não havendo,não seria eu...
Hoje é sexta-feira.Parece que sexta-feira vai ser declarado o dia do Blog da Mônica,o PoesiaMaestria,o dia da Crônica...pra mim o dia da Poesia é todo dia...Mas,o encerramento da semana de trabalho,de rotina de mãe e dona (absoluta) de casa,é um convite a sistematizar o cotidiano,unindo os pedaços do que aconteceu,do que se viveu...
A crônica tem a cara da sexta-feira.Pelo menos para mim,que fico em casa apenas meditando sobre o que fiz,o que deixei de fazer e planejando o que farei no fim-de-semana que,afinal,está aí:começando por hoje,fiz o meu próprio jantarzinho com uma taça de vinho,depois de arrumar as malas dos meninos e arrumá-los para irem estar com o pai;assistindo o meu canal de tv preferido (em outras ocasiões não faço questão do controle remoto),arrumando a minha própria mala junto com o apartamento.
Amanhã é dia do meu hobby,o Tamboréu,pisar na minha praia e depois pisar no acelerador e ir ficar com o meu amor...Vou lá ser feliz e já volto.Volto pra continuar a ser feliz,viver e fazer as minhas anotações, colhidas do dia-a-dia,para a próxima Crônica...